A rivalidade mais intensa atualmente no UFC ganhou destaque no último fim de semana, em Las Vegas. O detentor do título dos pesos médios, Israel Adesanya, ocupou um lugar privilegiado na plateia para testemunhar de perto a vitória por nocaute de Dricus du Plessis. Em seguida, Adesanya adentrou o octógono para “agendar” um confronto entre os dois e aproveitou a oportunidade para trocar insultos.
Mas qual é a raiz desse ódio mútuo entre eles, afinal?
A origem dessa intensa rivalidade remonta a março deste ano. Nascido na África do Sul, Du Plessis fez declarações a alguns jornalistas após sua vitória contra Derek Brunson, colocando-se próximo de uma oportunidade de desafiar o cinturão de Adesanya.
“Os cinturões do Adesanya já foram para a África? Até onde sei, eles vão para a América ou Nova Zelândia. Eu vou levar esse cinturão para a África. Eu sou o lutador africano do UFC. Eu e Cameron Saaiman respiramos o ar africano. Nós acordamos na África todos os dias. Nós treinamos na África, nascemos na África, crescemos na África, ainda vivemos na África e lutamos pela África. Isso é ser um campeão africano, e é isso que serei”, disse Du Plessis na época.
Essas declarações irritaram profundamente Adesanya, que sempre teve muito orgulho de suas raízes africanas. Embora nascido na Nigéria, o campeão se mudou para a Nova Zelândia aos 10 anos de idade, quando seus pais se estabeleceram lá. Israel treina atualmente pelo país da Oceania e também é amplamente reconhecido lá. Tanto é assim que o UFC costuma organizar eventos na Austrália com a presença dele para agradar o público local. Inclusive, a luta contra Du Plessis está prevista para acontecer lá em 10 de setembro.
“Eu nunca questionei se ele é africano, porque ele nasceu na África do Sul. Claro que ele é africano, mas quem diabos ele pensa que é para me dizer quem sou eu? Você é burro? Você pode tirar o menino da África, mas nunca pode tirar a África do menino. Eu nunca fiz isso com ele. Nunca desacreditei dele como africano. O fato de ele querer me dizer quem sou me irritou, e é por isso que ele é minha próxima luta. Não quero lutar com mais ninguém. Ele não precisava fazer tudo isso. Vou derrotar esse cara. Vou torturar esse cara. Ele poderia ter conseguido a luta sem toda essa merda”, afirmou Adesanya.
Em maio, Du Plessis tentou apaziguar os ânimos e afirmou que nunca havia dito que era mais africano do que Adesanya. No entanto, não diminuiu tanto a tensão.
“Eu nunca disse que ele não é africano. Eu relatei fatos. Sou o único na fila pelo título que nasceu, mora e treina na África todos os dias”, disse ele.
O UFC 290 deixou claro que essas tentativas de acalmar os ânimos foram em vão. Adesanya subiu ao octógono e se aproximou de Du Plessis para o tradicional momento de encarada. Ele afirmou que não era necessário que fossem separados pela segurança, mas logo começou a lançar insultos de forma irônica.
Agora, os dois estão prestes a entrar em confronto para decidir quem será o campeão dos pesos médios e também para disputar o título de “Rei da África”. O duelo está programado para ocorrer no UFC 293, no dia 10 de setembro, na Austrália.
Para mais notícias clique aqui